segunda-feira, 10 de agosto de 2015

INTIMIDADE URBANA





Vivo num eterno adolescer!
Contesto, protesto!
Impaciento-me,
Aborreço-me no trânsito.
Sinais que me controlam
PARE! Quando preciso ir.
SIGA! Quando preciso parar.
Aborreço-me nas filas
Tediosas, enormes.
A roubar-me o tempo
Que consumo entre contas,
Taxas, carnês...
Pago pelo ar que respiro,
Poluído.
Pela rua que atravesso
Entre atropelos, atropelados e
Apressados.
Esbarro-me em bolsas
Carregadas, agarradas...
Vazias de dinheiro,
Cheias de obrigações
Vencidas, receitas, remédios, cigarros
A poluir
Os pulmões.
Óculos a combater
A cegueira da visão
Míope, distorcida,
Que não enxerga
As ruas
Cruzadas, abarrotadas
De sonhos,
Perdidos, contidos, retidos,
Porque ...
Sonhar é preciso
“Viver não é preciso”.

Maria do Carmo Marinho

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