domingo, 20 de dezembro de 2015

NATAL DE UM NOVO TEMPO


NATAL DE UM NOVO TEMPO



A cidade dorme...
Pelas ruas caladas
Árvores são castiçais de luzes
Adornadas com anéis de ouro,
A abraçar seus troncos
Escuros de fuligem.
A noite é mágica
E mágico é o Natal!
Tempo de brilho...
Tempo de presentes,
Encomendados... escolhidos.
Já não se quer mais surpresa,
Pode não ser tão surpreendente.
O velho Papai Noel,
Que nunca foi jovem,
Já não é mais único.
Existem tantos...
Sorrindo em comerciais,
Sentados em tronos,
Gordos, magros,
De vermelho ou de azul.
Já não precisam de trenó.
A neve degelou.
O tempo é outro.
Só Deus é o mesmo.
Infinito e misterioso,
Não se deixa ver,
Apenas se sentir...
Na obra mágica da criação,
Que se renova a cada instante.
Em cada dia que amanhece,
Em cada estrela que aparece,
Na criança que nasce,
No jardim que abre em flor,
Na lágrima que escorre lenta
No rosto a chorar de dor.
Em tudo Deus se mostra
Não apenas no Natal,
Entre compras de quem pode,
Entre sonhos de quem deseja.
Cada dia Deus é chama
A iluminar complacente
Os sonhos de amor e esperança
Que acalentam a humanidade.

                          Maria do Carmo Marinho

Esse poema foi premiado com “Menção Honrosa” no Concurso de Poemas de Natal realizado pelo SESC, em Belo Horizonte/MG.

A foto é da Av. Barbacena, em Belo Horizonte/MG. A iluminação é feita pela CEMIG Centrais Elétricas de Minas Gerais, todos os anos. Deslumbrante! Maravilhosa! Faço questão de passar por lá . Fico parada, admirando. Que coisa linda!  Toda vez eu penso: Obrigada, CEMIG!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

CREDO



                                
Creio na vida!
Que das entranhas é o mistério,
Que desabrocha em toda a sua essência e magnetismo.
A vida é uma força
Que nos leva por caminhos vários.
Da euforia à apatia,
Da alegria à tristeza,
Do trabalho à glória,
À riqueza, ao poder.

A vida é um dom e um direito.
Queria crer no direito de viver.
Com leis que garantissem a vida,
Não que amparassem abortos.
Que criassem condições de trabalho
Para que mães assumissem seus filhos
Sem preconceito, discriminação.
Infelizmente, é mais fácil e econômico
Legalizar a morte, que proteger a vida.

Creio nas crianças!
Na inocência, na esperança,
Na espontaneidade do gesto, do sorriso.
Mas, queria crer no direito à saúde, moradia,
Alimentação, educação.
Queria crer no respeito à infância,
Que merece proteção para um crescimento saudável.
Eu queria crer na felicidade de todas as crianças!

Creio no amor!
Que protege, que orienta,
Que faz crescer.
Amor, presente em toda a vida.
Amor-família, amor-amigo, amor-dinheiro,
Amor-paixão, amor-sexo. Enfim, amor.
Palavra misteriosa
Que enche a boca dos poetas e que faz rir, sonhar,  chorar
E para muitos... até matar.
Amar é um direito inato.
Independe de lei. Não tem forma,
Cada um ama como sabe.

Creio no trabalho!
Como força geradora de recursos,
Como realização pessoal
E garantia de sobrevivência.
Queria crer na existência
De condições que favorecessem o seu exercício.
Na remuneração justa
Que garantisse uma existência
Compatível com a dignidade humana.
Queria crer no trabalho como libertação,
Não como opressão.

Queria crer na liberdade!
Decantada e declarada.
“Todos os homens nascem livres e iguais,
Em dignidade e direitos.”
Doce utopia!
“Livres”! Até demais!
Sem teto, educação, alimento, proteção.
Livres para morrer,
Anônimos, como nasceram.

Queria crer na liberdade de expressão,
De crença, de trabalho, de opinião.
Quero crer na educação,
Quero crer no amor,
Na música, nas crianças.
Quero acreditar na justiça,
Nas pessoas e, sobretudo,
Eu quero acreditar em DEUS!

                                                                                                   Maria do Carmo Marinho

Este poema foi escrito quando, na faculdade, tomei conhecimento da existência da Declaração Universal dos Direitos Humanos adotada pelas nações Unidas em 10 de dezembro de 1948. Os direitos humanos continuam declarados em documento oficial. Na prática continuam violentados, desrespeitados, desprezados. “O povo é livre”, sempre ouço alguém dizer. Existe liberdade na doença, na fome, na violência, na miséria, na ignorância, na falta de educação, na falta de moradia, no desemprego, no subemprego?