sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

CREDO



                                
Creio na vida!
Que das entranhas é o mistério,
Que desabrocha em toda a sua essência e magnetismo.
A vida é uma força
Que nos leva por caminhos vários.
Da euforia à apatia,
Da alegria à tristeza,
Do trabalho à glória,
À riqueza, ao poder.

A vida é um dom e um direito.
Queria crer no direito de viver.
Com leis que garantissem a vida,
Não que amparassem abortos.
Que criassem condições de trabalho
Para que mães assumissem seus filhos
Sem preconceito, discriminação.
Infelizmente, é mais fácil e econômico
Legalizar a morte, que proteger a vida.

Creio nas crianças!
Na inocência, na esperança,
Na espontaneidade do gesto, do sorriso.
Mas, queria crer no direito à saúde, moradia,
Alimentação, educação.
Queria crer no respeito à infância,
Que merece proteção para um crescimento saudável.
Eu queria crer na felicidade de todas as crianças!

Creio no amor!
Que protege, que orienta,
Que faz crescer.
Amor, presente em toda a vida.
Amor-família, amor-amigo, amor-dinheiro,
Amor-paixão, amor-sexo. Enfim, amor.
Palavra misteriosa
Que enche a boca dos poetas e que faz rir, sonhar,  chorar
E para muitos... até matar.
Amar é um direito inato.
Independe de lei. Não tem forma,
Cada um ama como sabe.

Creio no trabalho!
Como força geradora de recursos,
Como realização pessoal
E garantia de sobrevivência.
Queria crer na existência
De condições que favorecessem o seu exercício.
Na remuneração justa
Que garantisse uma existência
Compatível com a dignidade humana.
Queria crer no trabalho como libertação,
Não como opressão.

Queria crer na liberdade!
Decantada e declarada.
“Todos os homens nascem livres e iguais,
Em dignidade e direitos.”
Doce utopia!
“Livres”! Até demais!
Sem teto, educação, alimento, proteção.
Livres para morrer,
Anônimos, como nasceram.

Queria crer na liberdade de expressão,
De crença, de trabalho, de opinião.
Quero crer na educação,
Quero crer no amor,
Na música, nas crianças.
Quero acreditar na justiça,
Nas pessoas e, sobretudo,
Eu quero acreditar em DEUS!

                                                                                                   Maria do Carmo Marinho

Este poema foi escrito quando, na faculdade, tomei conhecimento da existência da Declaração Universal dos Direitos Humanos adotada pelas nações Unidas em 10 de dezembro de 1948. Os direitos humanos continuam declarados em documento oficial. Na prática continuam violentados, desrespeitados, desprezados. “O povo é livre”, sempre ouço alguém dizer. Existe liberdade na doença, na fome, na violência, na miséria, na ignorância, na falta de educação, na falta de moradia, no desemprego, no subemprego?





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