Olho a cidade...
Como num sopro
A vida se esvai.
No carro que passa,
Na luz que se acende,
Na chuva que cai.
A manhã já vai longe...
O dia termina
No sol que se esconde.
Há uma ânsia de chegar.
O tempo urge
E a noite chega.
O barulho aumenta,
O preço sobe,
O salário baixa.
É a vida...
A fome aperta
E o pão não dá.
Talvez, quem sabe...
Há sempre um amanhã
E um esperar constante.
É a luta...
Assumida a cada passo,
Renovada a cada instante.
No peito de cada um
O coração já não grita.
Sozinho, calado,
Quem sabe ele espera
Que tudo se acabe
E que volte o amor.
Maria do Carmo Marinho
*Foto
da cidade de Belo Horizonte inspiradora do poema que escrevi , olhando da
janela do meu 1º escritório de advocacia.