Quero voar...além das nuvens!
Soltar as amarras, desfazer os laços.
Esquecer o tempo e sobrevoar. O infinito.
Quero ser leve como a pluma
E suave como a brisa. Mas...
Quero ser um furacão. A mil.
Arrancar, destruir tudo aquilo que destrói.
A incerteza, a monotonia, o desânimo, a insensatez.
Ah! Eu quero me abrir em crateras! Um vulcão.
Que se formou há tempos.
Queimar o ódio, o rancor, a mágoa,
Que tiram o gosto de viver.
Eu quero ser a luz. Brilhante.
Que irradia, que vence a escuridão.
Iluminar o futuro e apagar o passado.
Ser clara, projetar a dimensão exata de tudo.
Sem sombras. Não esconder as arestas,
Não criar ângulos.
Eu quero ser o mar!
Bravio, revolto, manso,
Que se refaz a cada minuto
Em ondas que não param nunca
Que enche os olhos, o coração,
De uma beleza indescritível!
O mar. O poder, a magia, o indecifrável.
O mar me toca, contagia...
Dá uma sensação de liberdade
Que me faz feliz.
Ah! Eu quero ser o sol!
Para debruçar, assim, sobre o mar
Ao cair da tarde e pintar
O mais belo quadro da natureza,
O crepúsculo! Vermelho, com rajadas amarelas
E esperar. Até que a noite desça
E cubra os sonhos de toda a humanidade.
Eu quero ser o vento, a lua, o tempo, sei lá...
Mas, como não me é dado atingir o inatingível,
Que eu possa, pelo menos, ser EU...
Maria do Carmo Marinho
Eu também!!!
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