terça-feira, 24 de novembro de 2015

DANÇA












Dançar!... Como nós, mulheres, gostamos de dançar! E como muitas passam a vida sufocando este prazer, porque o marido ou companheiro não gosta  e se ele não dança ela também não pode. Por isso, os bailes da terceira idade estão cheios de mulheres viúvas que se sentem como pássaros soltos de uma gaiola. Nunca  fui a um destes bailes mas soube através da minha mãe que frequentava um grupo da terceira idade. Ela dizia que quando viajavam em excursão o motorista que conduzia o ônibus tinha que dançar com todas elas. Em excursões da terceira idade quase não há homens. Os poucos  que vão estão acompanhando as esposas e estas não os emprestam para dançar com as outras. Certa vez, num hotel em Poços de Caldas, realizava-se um hora dançante e várias senhoras ali estavam sozinhas. Uma delas, muito chateada, reclamava: _ “É um absurdo a gente ficar aqui sem poder dançar. O hotel deveria contratar alguns homens para dançar com quem está sozinha.” Ela viveu a maior parte da vida no tempo em que para dançar era preciso um parceiro e não sabe como é bom dançar sozinha. Entregar-se ao ritmo, envolver-se na melodia, mover-se solta, sem censura, sem ter que acertar o passo, sem ter que ser conduzida. Dançar é muito... muito bom! E para dançar basta a música. Simples assim. Não precisa de parceiro, de plateia, de palco, nem de luzes. Experimente dançar em casa. Coloque aquela música que você gosta, ou ligue o rádio e dance. Como souber... como quiser. Se achar esquisito ficar ali sozinha, vá para a frente do espelho e terá a melhor pessoa pra lhe acompanhar: você mesma. Dance...dance literalmente. Porque no baile da vida os sons  e os ritmos muitas vezes  se misturam, nos confundem, nos enganam e nos fazem perder o passo e o rumo. É nessa hora  que nós “dançamos...” sem música.

Danço...
Essa dança louca,
Frenética.
A agitar-me o corpo,
A criar ondas
Que  evoluem
Em movimentos rítmicos.

Bailo...
Essa dança lenta,
Suave,
A embalar-me o corpo
Que sinto leve...solto.
Sensualidade de música
A mover-me os braços,
A desenhar no ar
Lentas linhas
Sinuosas.

Dançar é flutuar
Sobre a terra,
Elevar-se do chão.
É revelar
A magia do corpo,
A sensibilidade
Da alma,
O calor do coração.

                                        Maria do Carmo Marinho


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