
Dançar!...
Como nós, mulheres, gostamos de dançar! E como muitas passam a vida sufocando
este prazer, porque o marido ou companheiro não gosta e se ele não dança ela também não pode. Por
isso, os bailes da terceira idade estão cheios de mulheres viúvas que se sentem
como pássaros soltos de uma gaiola. Nunca
fui a um destes bailes mas soube através da minha mãe que frequentava um
grupo da terceira idade. Ela dizia que quando viajavam em excursão o motorista
que conduzia o ônibus tinha que dançar com todas elas. Em excursões da terceira
idade quase não há homens. Os poucos que
vão estão acompanhando as esposas e estas não os emprestam para dançar com as outras.
Certa vez, num hotel em Poços de Caldas, realizava-se um hora dançante e várias
senhoras ali estavam sozinhas. Uma delas, muito chateada, reclamava: _ “É um
absurdo a gente ficar aqui sem poder dançar. O hotel deveria contratar alguns homens
para dançar com quem está sozinha.” Ela viveu a maior parte da vida no tempo em
que para dançar era preciso um parceiro e não sabe como é bom dançar sozinha.
Entregar-se ao ritmo, envolver-se na melodia, mover-se solta, sem censura, sem
ter que acertar o passo, sem ter que ser conduzida. Dançar é muito... muito
bom! E para dançar basta a música. Simples assim. Não precisa de parceiro, de
plateia, de palco, nem de luzes. Experimente dançar em casa. Coloque aquela
música que você gosta, ou ligue o rádio e dance. Como souber... como quiser. Se
achar esquisito ficar ali sozinha, vá para a frente do espelho e terá a melhor
pessoa pra lhe acompanhar: você mesma. Dance...dance literalmente. Porque no
baile da vida os sons e os ritmos muitas
vezes se misturam, nos confundem, nos
enganam e nos fazem perder o passo e o rumo. É nessa hora que nós “dançamos...” sem música.
Danço...
Essa
dança louca,
Frenética.
A
agitar-me o corpo,
A criar
ondas
Que evoluem
Em
movimentos rítmicos.
Bailo...
Essa
dança lenta,
Suave,
A
embalar-me o corpo
Que sinto
leve...solto.
Sensualidade
de música
A
mover-me os braços,
A
desenhar no ar
Lentas
linhas
Sinuosas.
Dançar é
flutuar
Sobre a
terra,
Elevar-se
do chão.
É revelar
A magia
do corpo,
A
sensibilidade
Da alma,
O calor
do coração.
Maria do Carmo Marinho
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